Repositório Aberto
Universidade Aberta Scientific Repository
Recent Submissions
O “País da Costa Negra”: abordagem retrospetiva
Publication . Canhota, Tiago; Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário; Fernandes, João Luís; Castro, Fátima Velez de; Vieira, António; Martins, Bruno
Portugal é um país de vasta costa, sendo o mar um fator de atração e fonte de proventos. Importa, por isso, equacionar a questão dos riscos costeiros numa perspetiva histórica. Com esse propósito, abordam-se retrospetivamente (século XIX ao presente), as estruturas costeiras que contribuíram para mitigar os aludidos riscos, comparando com a atualidade. Para o efeito elegeram-se como indicadores: os portos/barras marítimos, os faróis e as instituições de socorros a náufragos. Através de dados provenientes de fontes históricas, de estudos históricos e acerca da geodinâmica litoral, bem como, da síntese apresentada no sítio da Autoridade Marítima Nacional, efetuou-se uma sinopse dos dados referentes aos 3 indicadores em apreço através da sua representação cartográfica e análise comparativa.
Como resultados, verificou-se que com a chamada Revolução dos Transportes (meados de Oitocentos), Portugal passou a incorporar na sua frota navios a vapor de maior calado e tonelagem, para percursos do rio Tejo (1820), e viagens marítimas Lisboa/Porto/Lisboa (1823). Rotulado como o “país da costa negra”, as infraestruturas farolares e portuárias foram modernizadas para aumentar a segurança dessas viagens. Não obstante iniciativas anteriores, nos séculos XVIII e XIX, procedeu-se à (re)construção de 16 faróis no continente/ilhas. Destes 16 faróis, existem atualmente 47.
Também no século XIX intervencionaram-se 18 portos continentais/insulares, subsistindo 28.
Avançou-se ainda na assistência aos náufragos. Da Real Casa d’ Asylo dos Naufragados (1828) ao Real Instituto de Socorros a Náufragos. Na atualidade integra 27 Estações Salva-Vidas.
Pelo exposto se infere que, historicamente, a segurança da navegação marítima foi tema de preocupação junto das autoridades. A intervenção nos portos/barras, bem como o aumento da rede farolar e dos equipamentos de socorros a náufragos, é disso testemunho. Fica delineado, em traços gerais, a evolução da proteção concedida a mareantes. Sobreleva-se a importância da análise retrospetiva para melhor fundamentar o conhecimento do presente e a respetiva gestão presente e futura porque, em boa verdade, só conseguimos gerir bem aquilo que melhor conhecemos.
O Antropocénico: perceção acerca da influência das oscilações climáticas com base no estudo de caso de uma microcredencial TIA (Tourism International Academy) da Universidade Aberta
Publication . Pereira, Olegário Nelson Azevedo; Bastos, Rosário; Mendes, João Ribeiro; Mendes, Maria do Carmo; Leão, Isabel Ponce de; Mendes, Rui Paes
A questão do Antropocénicono coloca-se com especial acuidade a partir do momento em que as chamadas “alterações” climáticas surgem a pari passu nas abordagens da Academia, dos media, nas redes sociais, e/ou nas conversas da população em geral. Com mais ou menos equívocos, todos acabamos por ter ideias sobre o tema das alterações climáticas, embora o conceito de Antropocénico não esteja ainda muito divulgado e, mais relevante, cientificamente aceite pelo órgão competente, a saber, a Comissão Internacional de Estratigrafia (subcomissão da União Internacional das Ciências Geológicas), a qual assume como a última era geológica, consensualmente definida, o Holocénico, no final da qual surge o Homo sapiens.
Não obstante, alterações climáticas sempre existiram e quanto ao Antropocénico, alguns cientistas tendem a colocar o seu início no Neolítico, considerando que a agro-pastorícia foi a primeira atividade humana a provocar alterações antrópicas no ambiente. Mas qual a perceção que as pessoas, em Portugal, na segunda década do século XXI - e com algum nível de escolaridade - têm destas questões?
A emergência de uma linha de fundos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) criada pela união europeia, com especial enquadramento no item Tourism, International Academy, permitiu a criação na Universidade Aberta de um curso gratuito, de pequena duração (2 meses), creditado para 3 ECTs (Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos), totalmente online e assíncrono, direcionado exatamente para estas questões, numa diacronia de largo espectro e com especialistas/formadores provenientes da área da Arqueologia, História e Gestão. Intitulou-se: “As alterações climáticas, a evolução humana e o empreendedorismo no turismo histórico”. Para frequência do curso era exigido aos formandos que tivessem no mínimo o 12º ano de escolaridade e residência fiscal no território português. A adesão foi significativa de modo que está já em marcha uma reedição deste curso. Detetou-se a avidez de conhecimentos nesta área profundamente interdisciplinar e a assiduidade nos fóruns de discussão da sala de aula virtual foi assinalável independentemente da cronologia ou temáticas em análise. O perfil dos formandos é diferenciado, quer em termos etários, geográficos, académicos, como profissionais e é de enfatizar que, dos 32 inscritos, 60% concluíram o curso com sucesso.
Convém, agora, escalpelizar os dados e evidenciar as principais interrogações dos formandos, como mera amostragem ad hoc das questões levantadas pela generalidade das pessoas acerca das oscilações climáticas, pedra de toque do Antropocénico.
Crónica Breve do Arquivo Nacional (1429)
Publication . Moreira, Filipe Alves; Sousa, Bernardo Vasconcelos e; Fontes, João Luís; Oliveira, Luís Filipe; Andrade, Amélia Aguiar
José Mattoso e o estudo da Crónica Breve do Arquivo Nacional. Texto para catálogo de exposição dedicada à obra de José Mattoso, patente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em 2025.
Implementação do Balanced Scorecard na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional
Publication . Pina, Lúcio Horta de; Bernardo, Maria de Rosário Matos
Nos últimos anos, a administração pública tem trabalhado de forma consistente para se aproximar dos cidadãos, assumindo como um de seus principais objetivos oferecer um serviço público o mais eficiente possível, no entanto, tem enfrentado desafios relacionados aos recursos humanos, materiais e financeiros.
Para enfrentar estes desafios, a administração pública deverá fazer uso das melhores metodologias de gestão estratégica. A implementação do Balanced Scorecard, em conjunto com outras metodologias, pode ser uma excelente opção para assegurar a eficácia, eficiência e qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos.
O presente trabalho de projeto teve como objetivo avaliar de que forma a adaptação do Balanced Scorecard ao setor público pode contribuir para um maior alinhamento com a estratégia da organização. Foram entrevistados dirigentes, da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, com o intuito de identificar a melhor abordagem para a implementação do Balanced Scorecard neste organismo público.
O trabalho de projeto inicia-se com a descrição do problema, seguida da revisão da literatura sobre administração pública e gestão estratégica, elementos que fundamentam a aplicação do Balanced Scorecard. A metodologia é então justificada, e, posteriormente, apresenta-se a proposta de um mapa estratégico integrado ao Balanced Scorecard.
Em suma, o estudo demonstrou que a adoção do Balanced Scorecard na administração pública é eficaz quando a organização promove um alinhamento claro entre a sua missão, visão e o compromisso dos seus colaboradores, permitindo que a ferramenta impulsione o alcance dos objetivos estratégicos.
Práticas de afirmação da autonomia escolar, estudo de caso em duas escolas da Região Autónoma da Madeira
Publication . Parreira, Teodósio Bento; Neves, Cláudia
Neste estudo de caso foram analisadas as práticas de afirmação da autonomia escolar em duas escolas da RAM, com foco nas estratégias de gestão e inovação pedagógica implementadas. As escolas, estão inseridas em contextos socioeconómicos distintos e adaptaram as diretrizes nacionais às especificidades locais, utilizando o Projeto Educativo de Escola (PEE) como eixo estruturante.
Foram referenciados os documentos estruturantes que as duas escolas têm ao seu dispor para pôr em prática as formas de autonomia escolar como já foi referido o Projeto Educativo de Escola, bem como, o Plano Anual de Escola, o Plano de Atividades, o Regulamento Interno e o Relatório de Autoavaliação, entre outros documentos/projetos alocados a cada estabelecimento de ensino.
Procedeu-se à recolha de dados através do google forms de forma a recolher informação que foi tratada em termos estatísticos e representados nos respetivos gráficos e tabelas, registo esse que foi devidamente analisado e tratado, pois os questionários e as entrevistas são instrumentos essenciais para aferir as práticas de autonomia escolar.
Neste trabalho houve a preocupação de organizar em capítulos considerados fundamentais neste estudo de caso, tais como: Fundamentação do Tema Escolhido, A Autonomia Escolar em Portugal, A Descentralização das Escolas em Portugal, o Enquadramento da Autonomia Escolar na RAM, as Opções Metodológicas e Descrição dos Instrumentos de Recolha e Análise de Dados e a Análise e Discussão dos Dados.
Identificou-se uma forte ênfase na participação democrática, envolvendo professores, alunos e encarregados de educação nos processos de decisão.
Os resultados revelaram que a descentralização promovida pela autonomia contribuiu para uma gestão mais eficiente, mas também apontaram desafios, como a escassez de recursos e a necessidade de formação contínua para os profissionais.